"Comunicação é importante para aprendizagem?"
Esta é a oração que precede as reflexões contidas no tópico II da aula 03. Antes de ter acesso ao conteúdo, propriemente, somos levados a estabelecer uma meditação acerca da temática. Afinal de contas, há aprendizagem sem comunicação? Qual a qualidade da comunicação que estamos destinando quando nos propomos à aprendizagem? Será que ensinar o conteúdo ou tirar dúvidas já pode ser considerado uma forma de comunicação?
Depois que lemos a teoria de Paulo Freire (uso a terceira pessoa, por acreditar que esta opinião é unânime) passamos a olhar a educação como algo simples. Quando digo simples, refiro-me à facilidade em desenvolver a aprendizagem: o ensino ocorre independentemente das tecnologias e inovações.
Os cinco pilares pedagógicos freireanos evidenciam isso.
O primeiro deles evidencia:
"Não há dialogo, porém, se não há um profundo amor ao mundo e aos homens." Essa interação estabelecida entre tutores e alunos para que se consagre em um profundo e valoroso diálogo deve ser regada a muito amor e empatia. Espera-se que esta relação resulte em crescimento recíproco, em benefícios incontáveis. O olhar do tutor deve ser simpático. A partir do momento que o aluno sente este afeto do tutor, passa a ter mais confiança em si e no tutor.
Quando li o primeiro pilar, lembrei-me de uma professora que tive na infância, mas não me recordo a série. Eu estava no início da escola e no terceiro mês, resolvi que não ia mais... Quando chegava na escola eu chorava até passar mal e minha mãe precisava ir me buscar. Então ela, para evitar transtorno, resolveu que não me levaria mais neste ano. Ao saber disso, esta professora foi até a minha casa, sentou comigo, almoçou lá. Conversou bastante, brincamos, sorrimos. E no momento de dar tchau, eu já não queria mais que ela fosse embora. Ela me conquistou instantaneamente, tanto que até hoje me lembro da escolinha, das "tias" e do amor que emanava daquela escola, foi difícil ir para uma escola maior, menos íntima como aquela.
A humildade é a segunda lição que um tutor precisa aprender:
"Não há, por outro lado, diálogo, se não há humildade. A pronuncia do mundo, com que os homens o recriam permanentemente, não pode ser um ato arrogante. " Não há niguém melhor ou pior, seja dentro de uma sala, de um ambiente virtual, ou de uma roda de amigos. Esta é uma reclamação que ouço, durante minhas andanças em tutorias. Não sei se isso é errado ou não, mas costumo perguntar aos alunos o que eles estão achando do curso, onde estão as maiores dificuldades, como estão se saindo etc. E uma dos campeões de reclamação é o "salto alto" dos tutores. Alguns destes tutores foram responsáveis por desinteresse ou desistência dos alunos dentro do curso. E isso não de trata de um caso pontual, mas uma recorrência.
Como podemos estabelecer uma diálogo se um lado tende só a falar e o outro fica obrigado a escutar??? Devemos pensar sobre este tópico detalhadamente.
O terceiro e o quarto pilates serão tratados aqui, juntamente, pois em minha concepção a fé nos homens e a esperança se completam e dialogam.
"Não há também, diálogo, se não há uma intensa fé nos homens. Fé no seu poder de fazer e de refazer. De criar e recriar." O olhar do educador precisa ser rechehado de fé e esperança, refiro-me a todos os educadores, de uma maneira geral: professores, diretores, tutores, pais, avós, irmãos, tios, amigos (esses também nos educam) e até filhos. Todos que de alguma maneira exercem o papel de educador na vida de quem quer que seja. O maior gesto de carinho que já pude observar foi um pai dizendo ao filho: "-vai, eu sei que você consegue". Esse depósito de confiança faz o outro, já muitas vezes desacreditando em si e no mundo, buscar novas esperanças. O aluno que constata a esperança de um professor em si, carrega essa responsabilidade e muda de alguma maneira. Ter fé e esperança é manter um olhar otimista, próspero nos alunos, no futuro e no mundo!
O pensamento crítico é o pilar que encerra a lição freireana. Através das palavras: "não há diálogo verdadeiro se não há nos seus sujeitos um pensar verdadeiro. Pensar crítico. " Respeitar o conhecimento de mundo de cada aluno e dar valor a todos os saberes é a melhor forma de diálogo entre tutor e alunos. Incentivar o pensamento crítico do aluno e valorizar sua individualidade é de fundamental relevância no trabalho. Antes de formar alunos, leitores, críticos literários ou professores, temos que formar cidadãos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.