quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Sobre os pilares da educação propostos por Paulo Freire – Por Fábio Fernandes Torres

Paulo Freire foi educador e teórico da educação. Suas contribuições para a educação influenciaram e influenciam as práticas pedagógicas no Brasil e no mundo, configurando-se como um dos teóricos mais conhecidos da educação no Brasil e no exterior. Defensor do diálogo como um instrumento de libertação, sendo definido dentro de uma linha ideológica e política, sua concepção de educação dialógica freiriana se opõe à concepção educacional bancária, como acúmulo bancário de conhecimentos, que são transferidos de um detentor desse conhecimento a um desprovido de tal conhecimento de simples transferência de conhecimentos, e valoriza a participação autônoma dos estudantes na construção de seus percursos de aprendizagem.

A parti do diálogo como fonte libertadora e produtora de conhecimentos, Paulo Freire postula que a educação possui cinco pressupostos que norteiam a comunicação educador e os educandos: “amor, humildade, fé nos homens, esperança e, um pensar crítico.”

Em primeiro lugar, porque o amor é o fundamento do diálogo – imprescindível ao processo de aprendizagem – e “não há, porém, diálogo se não há profundo amor ao mundo e aos homens. Não é possível a pronúncia do mundo, que é um ato de criação e recriação, se não há amor que a infunda” (FREIRE, 1987).

Em segundo lugar, destaca-se a concepção de humildade, pertinente para uma educação dialógica porque promove a aceitação do outro, a capacidade de ouvir e um profundo respeito por suas ideias e pensamentos mútuos. Nesse tipo de interação, a auto-suficiência dá lugar à humildade, o que significa estar aberto às contribuições do outro.

Outro conceito é que a educação dialógica promove é a fé nos homens, visto que é por meio da “... fé no seu poder de fazer e de refazer. De criar e recriar. Fé na sua vocação de ser mais, que não é privilégio de alguns eleitos, mas direito dos homens” (p. 93), que se estabelecem as trocas entre os indivíduos envolvidos no processo de aprendizagem. Assim, a “fé nos homens” simboliza a capacidade em crer em seus semelhantes, é o sentimento movido pela ética da criação entre as pessoas.

Além desses, Paulo Freire apresenta a concepção de esperança, visto que ela configura como essência da imperfeição dos homens, levando-os a uma eterna busca por seu aperfeiçoamento. Para Paulo Freire, o ser humano se encontra num estado de permanente construção, a qual não pode ser feita isoladamente, mas no diálogo entre os homens. Assim, o princípio da esperança promove a inquietação e a consciência de que todos podem contribuir no processo de construção de saberes.

Por último, o teórico defende o pensar crítico como um requisito indispensável à educação dialógica. Os indivíduos envolvidos no diálogo devem exercitar uma reflexão sobre a realidade que os cerca em uma atitude de não conformidade. É essa postura crítica que consiste em uma atitude de perceber a realidade como processo dinâmico e não como um produto, algo acabado.

Esses conceitos se complementam, se sobrepõem e são responsáveis pelo sucesso da relação educador-educando. A observação deles por parte do professor educador torna o processo mais consciente e humano, sem dúvidas.

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