Pensar nas práticas avaliativas a partir dessa imagem chega a ser torturante. É, isso foi um pouco dramático, mas essa é a primeira impressão ao observar a figura do professor “consertando” algo, que possa estar “errado” na cabeça, na mente do aluno, ou depositando algo
O que me remete e muito às velhas práticas tradicionais, mas não se enganem, são antigas, mas ainda estão presentes, e graças aos olhares mais críticos e reflexivos podemos fazer e conhecer as mudanças de perspectivas efetuadas nas práticas avaliativas. Então, pensar essa figura é lembrar-se das práticas tradicionais de avaliação, àquelas em que o professor adestra seus alunos, o que trata seu aluno como mero container em que se jogam ou se deposita as informações sem nenhuma perspectiva de contribuir para o desenvolvimento do potencial do aluno. Resultado disso: alunos com limitado nível de conhecimento, nenhuma capacidade de reflexão e um imenso reducionismo do processo educativo.
A ferramenta é concreta, a que está na mão do professor, e é uma chave de fenda. Estaria o professor apertando os “parafusos” de seu pupilo? Depositando conteúdo? Pode-se pensar que sim, talvez o aluno não tenha demonstrado ao professor que reproduziu o conteúdo tal e qual o mestre desejava em seu processo de mimético de aprendizagem, e quem sabe sua preocupação não seja mais em focar a transmissão do conteúdo do que mesmo preocupar-se com seu aluno, se ele está realmente interiorizando o conhecimento e superando suas dúvidas. Esse processo que vos falo está muito mais ligado a uma quantidade do que o a uma qualidade.
Pensar em uma prática avaliativa é pensar na própria condição emancipatória humana, pois essas práticas devem estar objetivadas a possibilitar a construção ou o aperfeiçoamento do saber ou dos saberes para que se possam desenvolver estratégias de ensino, e, por conseguinte, levar aluno e professor às reflexões e assim ampliar a visão de mundo em ambos, isso é, promover a formação humana. E assim libertar-nos dos modelos classificatórios tradicionais que até hoje ainda existem como herança em escolas de nosso país.
Mas esse quadro está mudando, é cada vez maior a discussão sobre a qualidade na educação e dentro dessas não poderia deixar de estar presente as práticas avaliativas, e é aí que entra a questão da formação continuada do professor como um processo de “reciclagem” necessário ao papel que esse desempenha, pois são eles que pensam e elaboram esses processos avaliativos, logo, sua formação contribui especialmente para elevar os níveis dessas mudanças e melhorias em nossa educação, o que sinto falta mesmo é de uma atenção mais prática das políticas públicas para atuarem emergencialmente além dos discursos.
Um abraço fraterno a todos,
Marcia.
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