domingo, 18 de dezembro de 2011

Refletido sobre avaliação

Quando olhei esta gravura pela primeira vez, imaginei que o texto que seria pedido fizesse referência à educação, haja vista que há um homem com uma ferramenta tentando "consertar" a cabeça do aluno, mas depois de uma leitura no conteúdo e uma nova observação da imagem pode entender a relação desta com a avaliação. Este professor, aparentemente, está avaliando a mente do aluno e essa ferramenta à mão lembrou-me do mecânico ao fazer uma revisão no automóvel, buscando algo para ser reparado. Na gravura podemos ver que o professor levantou o"capô" da cabeça do aluno e está em busca de falhas.

Este é o modelo mecânico de avaliação e, portanto, falho. A avaliação tradicional (uma atribuição de nota, a partir de um excercício ou prova) é válida, mas pode apresentar algumas lacunas. A primeira delas, acredito, é a maneira taxativa como a nota é imposta, quando o professor utiliza instrumentos como prova ou seminário. Conheço alguns colégios, cujas avaliações são feitas de forma continuada: acompanhamento de atividades, do desempenho dos alunos, de suas participações em sala de aula etc.

Posso me tomar como exemplo. Sempre fui uma aluna bastante aplicada às matérias e muito estudiosa, fazia as tarefas, lia os textos e acompanhava positivamente o conteúdo. Porém, tinha muito medo de prova (acho que ainda tenho), aquele momento em que temos poucas horas para escrever um conteúdo vasto, com uma sala silenciosa, pessoas aflitas, o olhar desconfiados dos fiscais ou professores... não me dou bem neste clima. O nervosismo sempre tomou conta e eu acabava sendo prejudicada. Nunca fui reprovada ou algo do tipo, mas sempre que via uma nota, sabia que poderia ter tirado mais, mas o estresse do momento me impedia.

Outro ponto fraquíssimo eram os semirários ou trabalho apresentados em sala. Todos os alunos olhando, o professor fazendo o papel de juiz com os alunos na frente da sala, esperando o veredito...Meu Deus, que maltrato com a gente!!! Lembro-me que minha voz ficava trêmula, minha mão suava, era um tal de gaguejar, palavras que desapareciam da minha mente, coração acelerado, nó na garganta. Não gosto nem de pensar. É claro que havia bastante prejuizo neste julgamento a meu respeito, é por isso que tenho esta visão sobre este modelo tradicional de avaliações.

Chega a ser até injusto, desprezar todo o histórico do aluno que pode medir o interesse dele pelo conteúdo, sua evolução dentro da disciplina em detrimento de uma avaliação que ocorre em um momento. Devemos entender que toda avaliação é subjetiva e, portanto, não podemos ter métodos objetivos para aplicá-la.

Confio muito mais numa avaliação continuada, na qual o professor observa o aluno ao longo do ano, ou do semestre, e no final emite um parecer acerca de seu desenvolvimento. Este método parece-me mais coerente e eficaz.

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