É impossível não encontrar nos pilares da educação tão bem colocados por Paulo Freire exemplos vivenciados em nosso cotidiano de educadores, tendo em vista que a vivência do diálogo entre docentes e discentes é algo imprescindível. E é imprescindível pela necessidade que ambos possuem de estar vinculados de alguma forma para que se sintam à vontade para optar, propor, recriar, enfim, para construírem, juntos, novos caminhos no âmbito educacional.
Citar exemplos de vivências relacionadas a tais pilares é algo bem possível e recorrente. Lembro-me bem de uma turma que tive recentemente, da disciplina: Escola, Cultura e Sociedade, a qual me surpreendeu com a atividade de avaliação que foi proposta ao final da disciplina, para obtenção da nota presencial. Isso ocorreu, pois o professor conteudista disse que tal atividade poderia ser definida por nós tutores, que ficássemos à vontade, visto que a avaliação aconteceria antes mesmo do fim da abordagem de todo o conteúdo da disciplina. Então, já com a experiência que tinha tido em uma disciplina anterior, propus aos alunos, em grupos, visitassem alguma escola da cidade deles e fizessem o levantamento de uma série de dados que foram elencados, conforme o conteúdo abordado na disciplina.
Confesso que fiquei um pouco apreensiva sobre como seria o resultado, pois a turma era ainda do segundo semestre. Contudo, conforme propõe Paulo Freire, é preciso que tenhamos “Fé nos homens, no seu poder de fazer e de refazer. De criar e recriar”, então como tivemos, nos encontros presenciais e durante toda a disciplina, uma interação bem positiva, onde os alunos sempre mandavam mensagens para tirar dúvidas, o resultado foi surpreendente. Os alunos se interessam de uma forma maravilhosa, colocando em prática os princípios freirianos:
- A humildade, quando se aceitaram nos grupos formados, pensando estratégias para o levantamento dos dados e respeito às ideias propostas e colocadas em práticas pelos outros colegas, o que foi muito bem aceito na exposição dos dados feita em sala;
- A fé nos homens, quando acreditaram no potencial mútuo que possuíam, o que foi constatado nos posicionamentos feitos nas falas de cada um;
- A esperança, percebida no momento em que, juntos, construíram um ótimo trabalho, no qual houve a contribuição de cada um;
- O pensar crítico, constatado quando fizeram, cada grupo de forma diferenciada a construção de sua apresentação e da exposição dos dados, os quais fizeram questão de interpretar individualmente.
Abraços!
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