sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Atividades no blog!
Como já ressaltei para vocês, o blog está repleto de comentários relevantes, valiosos para a aprendizagem na EaD. Vocês realmente ousaram, escreveram com dedicação, fizeram as postagens das atividades sugeridas pelo curso e foram além, pois colocaram outros comentários, outras sugestões de leitura, o que tornou mais rico esse ambiente virtual. Ressalto também que vocês foram bastante criativos; por exemplo, as imagens escolhidas são bem interessantes, elas, às vezes, complementam as muitas informações presentes no texto escrito, bem como acrescentam outras informações relevantes para nossa compreensão.
Parabéns a todos (as) pelo excelente desempenho no curso.
Um abraço,
Ana Keyla.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Apresentação e agradecimento:-)
Sou Lúcia Aguiar...
Graduada em Letras pela UFC, em Tecnologia em Hotelaria, pelo IFCE e cursando Especialização em EAD pelo SENAC.
Profissionalmente, sou professora e orientadora de Estágio do Curso de Turismo da EEEP Joaquim Nogueira, professora de Português da EEFM Jenny Gomes e tutora dos Cursos semi-presenciais de Letras, da UFC e Hospedagem, pelo IFCE.
Como já disse em meu relato de tutoria, sou apaixonada pela EAD e sua fiel defensora.
Foi uma enorme satisfação paticipar deste Curso e atrelar à experiência já obtida na EAD mais bagagem, por meio da contribuição de colegas tão capacitados, assim como de nossa tutora.
Abraços a todos e que Deus os abençoe neste fim de ano e em 2012, que já se aproxima.
Os 5 pilares de Freire e a EaD
Mais uma atividade em atraso a ser cumprida por insistência muito positiva da Keyla! rs
Foi-nos pedido que comentássemos sobre os 5 pilares de Paulo Freire (amor, humildade, fé nos homens e um pensar crítico), relacionado-os com nossa realidade de ensino a distância.
Bom, acredito que, sem AMOR, não conseguimos realizar nada em nossa vida, nem pessoal, nem profissional. Um profissional que preze por seu ofício trabalha com amor, com esse sentimento tão nobre que nos move e nos dá vida. Não seria diferente em nossa profissão, o bom professor, de uma maneira geral, trabalha com amor para construir aquilo em que acredita, como é o nosso caso com a EaD, acreditamos nisso, portanto, devemos amar o que fazemos, apesar de todas as dificuldades que nos cercam.
Outro pilar fundamental é HUMILDADE. O conhecimento, como há muito se vem discutindo aqui, não é poder de um só, ele é construído, partilhado. Saber reconhecer falhas, limitações são algumas das características de quem é humilde. Saber conviver com as pessoas, tutorear uma disciplina da EaD precisam também de um profissional humilde. Não é com arrogância ou pedância que se dirige às pessoas, muito menos a alunos, sejam de EaD ou não.
A FÉ NOS HOMENS move nosso mundo. Se não acreditamos em nós mesmos, o que seria de nossa espécie. Apesar de algumas decepções, nunca devemos perder essa fé de que o homem é um ser bom, criado a partir da semelhança de Deus.
E o PENSAR CRÍTICO é o que move as ciências, é a característica mais forte que diferencia o homem dos animais. Esse poder de raciocínio é o que devemos incitar em nossos alunos, não fazer com que eles sejam reprodutores de discursos prontos, mas, sempre produtores dos seus próprios discursos. Para isso, devemos fornecer todas as ferramentas, ou seja, as bases fundamentais para que eles caminhem com seus próprios passos.
Bom, gente, com esse texto me despeço do curso e de todos.
Aproveito para lhes desejar um Feliz Natal e um Ano Novo cheinho de realiações.
Beijos,
Ana Paula Trindade
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Repetindo-me um pouco sobre a avaliação em EaD e apreciando a figura
Olá, turma!
Sobre os processos de avaliação em EaD, devemos ser precavidos em relação ao que os textos teóricos nos alertam: o perigo de fazer migrar os cacoetes da educação bancária da educação presencial para a modalidade a distância (o que a figura ilustra perfeitamente).
O professor que se depara com a modalidade a distância deve, principalmente, levar em conta que o ciberespaço é um meio dinâmico que não favorece a relação entre aluno e docente em uma via de mão única, do professor ao aluno, este como depósito de conhecimento transmitido por aquele, numa situação unidirecional em que há um agente e um paciente. Essa é uma tragédia das metodologias de ensino que deve ser abolida quando se trata de EaD, é impraticável na modalidade e castra completamente um dos pré-requisitos básicos e essenciais para o seu funcionamento: a autonomia do aluno.
Nesse sentido, é muito provável que o professor vá tolher o aluno na sua inciativa de buscar novos conhecimentos, o que não quer dizer que o aluno vá poder seguir qualquer rumo – o professor estará ali para orientá-lo, para desviá-lo de um caminho tortuoso, para facilitar o acesso entre o discente e o conhecimento como um mediador, que se fará em colaboração.
No nosso caso específico, lamento apenas o fato de nem sempre o tutor poder propor questões de interesse dos alunos nas avaliações, pois o que acontece é que nos conteúdos das aulas o tutor quase não pode interferir, já que elas vêm prontas e com o material para avaliação todo delimitado. As atividades dos portfólios são elaboradas pelo professor conteudista, não dando muita abertura para novas propostas de avaliação por parte do tutor.
Geralmente o sistema de avaliação é coordenado pela instituição, com a quantidade de portfólios, de atividades presencias (provas), chats e fóruns segundo orientações prévias da mesma. O que impede o tutor de apresentar novas propostas e denota a pouca autonomia do mesmo no processo educativo. Portanto, os casos nos quais fui testemunha como tutor do UFC Virtual não davam sentido à discussão aqui proposta no blog, já que não podíamos propor nada diferente daquilo que o sistema formulou. O que é uma pena, pois a ideia é boa e precisa ser repensada nos moldes da UFC Virtual, já que seu modelo de EaD tem sido exemplo para todo o Brasil. Assim, vemos mais uma incoerência transfigurada numa prática falha que precisa ser discutida e superada. Mas onde discutir? Com quem discutir? Quando? São questões que eu gostaria muito de responder, mas não vem ao caso aqui.
Assim como há divergências em relação ao chat como ferramenta de avaliação, há questionamentos em relação ao fórum. Acredito plenamente que o fórum deveria ser uma ferramenta de avaliação, pois, pelo fato de ser uma atividade continuada, através dos retornos que o tutor pode estabelecer com os alunos, os fóruns podem ser de vital importância para a formação. Até porque pode-se orientar, dar a margem que o aluno precisa para corrigir uma postura de inadequação metodológica, teórica, de motivação, de autonomia etc. É um recurso que deixa bem claro que a razão da educação é o conhecimento potencializado em diversas possibilidades, tanto no campo motivacional quanto no teórico, prático, colaborativo e mais. Afinal, o intuito não é punir o aluno com um nota baixa por ele não ter atingido uma "meta", mas possibilitar seu acesso a essa meta. Acho que o fórum como uma ferramenta de avaliação continuada respeita o ritmo diferenciado, individualidade, permite que o aluno revise suas ideias ou desacertos. Assemelha-se mais à maleabilidade que reveste a EaD e também rompe com a cisão entre avaliador e avaliado por ser um processo de múltiplas vias, onde o próprio grupo acaba colaborando para a construção do conhecimento.
O fórum deve ser avaliado, e não só como uma atividade somativa, mas como uma avaliação continuada, formativa. Ele como instrumento de avaliação já contaria, indissociavelmente, como presença. Englobaria duas exigências simultâneas de forma satisfatória.
Apesar de não haver chamada como no ensino presencial, na EaD há também o controle de frequência. Os fóruns contam, assim como os chats, não apenas como participação, mas também como frequência. Inclusive, no UFC Virtual, por exemplo, o limite mínimo de faltas é o mesmo do ensino presencial, havendo até especificações para faltas presenciais e virtuais. Se um aluno tem todas as presenças virtuais, mas não atende à frequência mínima presencial, está automaticamente reprovado, e vice-versa. As chamadas estão nos fóruns, chats e encontros presenciais. Vou até me arriscar a dar a porcentagem: acho que deve ter ao menos 75% de frequência presencial e 75% virtual. Mas não tenho certeza quanto aos números. Então, não é possível o aluno ficar ausente durante toda a disciplina, de repente aparecer para fazer a prova e passar. Se bem que isso vai depender do professor, pois já vi acontecer casos assim no curso presencial.
Em suma, no meu entendimento, as ferramentas existentes são suficientes para uma boa avaliação. O problema está na manipulação desses instrumentos, que, por não estarem abertos à interferência do tutor de forma significativa, acabam se tornando elementos restritivos de uma pedagogia transmissiva. Por exemplo, se o fórum está previsto pelo sistema como uma atividade para contabilizar presenças, o tutor não poderá usá-lo com outro enfoque. O que falta é quebrar a soberania da programação, dar poder de decisão ao tutor, que, muito provavelmente, será a pessoa mais capacitada (por estar mais próxima à turma) para saber como conduzir esses recursos. Portanto, a sugestão maior ficaria por conta dessa maior autonomia do tutor e acho que seria válido reforçar orientações para que o fórum deixasse de ser utilizado somente como frequência e passasse a ser também uma forma de avaliação formativa, continuada.
Fé e Freire nos homens
Oi, amigos!
Pensar em educação de qualidade, necessariamente, inclui o envolvimento emotivo dos profissionais do corpo docente, o que, por vezes, pode acabar decepcionando aqueles que ainda possuem fé nos homens (inclusive nos professores). Penso sempre que antes de ser um professor eu sou aluno, e lembro de quando eu me desinteressava pelas aulas (às vezes era culpa minha, outras do professor, outras ainda do conteúdo...).
Primeiramente, é bom termos em mente que é impossível, mesmo para aquele professor calejado e desgostoso em relação a sua profissão, não se envolver emocionalmente no processo de ensino-aprendizagem. Partimos desse raciocínio porque há diversas maneiras de se fazer isso, umas positivas e outras não.
Digo isto porque quando fiz estágio numa escola da rede pública, ao entrar na sala dos professores aprendi a deixar todo o meu entusiasmo fora dali e a atentar para toda a frustação que revestia aquele corpo docente. Ali era o antro do baixo astral. Parecia que os alunos daquela escola não tinham nada de bom, pois pelo que os professores falavam, os discentes precisavam muito mais de uma jaula do que de um quadro, pincel, aulas, empatia, respeito, amor. Mas talvez o que os professores não percebessem era que eles próprios só precisavam ser humanos (no bom sentido da palavra, pois “humano” também agrega toda a podridão de atos funestos).
Criticaram-me quando eu disse que gostava dos alunos, que achava que eles eram bons. Disseram que era porque eu ainda era “verde”, que depois de uns cinco anos de docência eu mudaria minha opinião. Não sei, talvez aqueles profissionais amargurados, massacrados pelos míseros R$6,00 h/a não tivessem alguma satisfação em lecionar. Professores de variadas alçadas: física, matemática, filosofia, artes, biologia, redação, espanhol, inglês...
Assim eu segui minha rotina de estágio procurando ficar longe da sala dos professores, pois de lá eu saía também amargurado. Preferia ficar com os alunos, jogando “ping-pong” e conversa fora. Havia somente um professor que compartilhava do meu entusiasmo, não sei se por calor de começo de carreira (ele, havia pouco tempo, passara no concurso para professores do Estado). Às vezes conversávamos sobre aquela atmosfera sombria que pairava na sala dos professores.
Enfim, toda essa divagação é para dizer que aquele professor me falou sobre outro professor que o influenciara decisivamente na escolha de sua profissão. Imediatamente me lembrei de um mestre que também me serviu de exemplo, e daí pensei que valia a pena continuar acreditando. É preciso ter fé nos homens e ter humildade para reconhecer nossas possibilidades e limitações, assim como as de nossos alunos, o que é bem diferente de ter ilusões, sonhos irrealizáveis.
Nessa escola, numa aula para uma turma da 9a série, adolescentes entre 14 e 15 anos, desenvolvemos uma atividade de interpretação textual de uma canção que a maior parte dos alunos gostava: “Pais e filhos”, da Legião Urbana. Durante a atividade observei a total concentração dos alunos, sua vontade de participar com contribuições de grande relevância para o entendimento da letra. Houve jovens se expondo, traçando analogias entre suas próprias vidas e as situações descritas pelo eu-lírico. Enfim, a aula foi tão boa que eles pediram para que continuássemos após o toque de fim de aula (era a última aula da sexta-feira!).
Como produção escrita, pedi para que os alunos trouxessem algum texto, poema ou canção que os descrevessem ou que se relacionasse intimamente com eles próprios. A partir deste texto, poema ou canção eles fariam uma redação intercalando com trechos do que trouxeram. O resultado foi surpreendente: alguns se emocionaram, outros não quiseram ler em público, mas todos participaram e criaram uma relação mais estreita comigo. Pude saber que um aluno tinha um pai alcóolatra, que outro sofria duros castigos físicos, que outra estava apaixonada por um colega etc. Coisas que só vão se estabelecer se houver compromisso, os pilares de que fala Freire: houve esperança, houve pensar crítico. Desculpem se me alonguei demais, gente! Mas essa experiência até hoje me emociona. Abraços!
Refletindo sobre Avaliação
- Porque o professor está com uma ferramenta?
- Comparando a figura com práticas avaliativas, que situação encontraríamos? [...]".
Ou seja, relacionar essa concepção com a atitude do professor da imagem é algo bem cabível, visto que ele está "manipulando" a mente do aluno, é como se estivesse ajustando, com a ferramenta, as informações que foram depositadas, como se ele organizasse o que foi dito ao aluno, o qual não tem a autonomia de excluir ou incluir as informações e conteúdo que deseja.
A ferramente é atua realmente como uma metáfora do controle que o professor exerce sobre o aluno, sobre sua mente, que funciona como um depósito, que memoriza e repete aquilo que é informado.
Infelizmente, as práticas avaliativas ainda possuem muito desse mecanicismo, dessa falta de contrução por parte do aluno, sua autonomia não se faz evidente diante de questionamentos objetivos e sem mais aprofundamentos subjetivos.
Concluindo, a imagem retrata o que Freire coloca sobre o papel do educador e educando na educação bancária, que se dá da seguinte forma:
O educador é o que educa; os educandos, os que são educados;
o educador é o que sabe; os educandos, os que não sabem;
o educador é o que pensa; os educandos, os pensados;
o educador é o que diz a palavra; os educandos, os que a escutam docilmente;
o educador é o que disciplina; os educandos, os disciplinados;
o educador é o que opta e prescreve sua opção; os educandos os que seguem a prescrição;
o educador é o que atua; os educandos, os que têm a ilusão de que atuam;
o educador escolhe o conteúdo programático; os educandos, se acomodam a ele;
o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que opõe antagonicamente à liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se às determinações daquele; o educador, finalmente, é o sujeito do processo; os educandos, meros objetos
Abraços!