Trabalhar com ensino à distância é um desafio, haja vista que lidamos com seres humanos. A realidade nos apresenta tarefas imprevistas pelos teóricos idealizadores. As turmas são heterogêneas, cada aluno tem uma história de vida e caso estabeleçamos uma relação de distanciamento com os discentes, o trabalho se torna mais árduo, estéreo e desmotivador. Acredito que é sempre interessante fazermos uma autocrítica. Construirmos uma teoria a partir da nossa prática.
Nos encontros presenciais, fica evidente que é necessário esclarecer acerca da seriedade do curso, dos prazos e dificuldades da caminhada. Daí reforço a atualidade das palavras de Paulo Freire: "a leitura do mundo mundo precede a leitura da palavra". Acredito que uma das metas do educador, uma "pedagogia da autonomia", reflete bastante o que sonhamos com a educação à distância. Este sonho, infelizmente, ainda está distante. Há muito esforço, persistência e há também muitos que se superam, porém não é a maioria. Muitos se contentam com o mínimo, com a nota, diploma.
Em muitas disciplinas, após desenvolvermos reflexão sobre temas centrais, costumo propor temas de teoria literária ou mesmo de interpretação de texto literário, para uma produção textual. Considero essencial verificar o nível de escrita dos alunos, pois a capacidade de argumentação e o vocabulário do aluno são aspectos básicos, mas nem sempre verificamos o pleno domínio destas ferramentas básicas do estudante de letras. Esse é um trabalho paralelo ao longo do curso.
Um fator positivo que observo da maioria dos alunos é a sinceridade quanto as limitações, provenientes da falta de adaptação, do difícil acesso à internet. Nem todos acessam com frequência o SOLAR, muitos realizam trabalhos em lan-house, sem contar que a leitura não é um hábito da maioria dos alunos. Por outro lado, há um aspecto desagradável, a cópia de trabalhos, na íntegra, da própria internet. Reforço logo de início que essa atitude é "criminosa". Houve uma diminuição dessa prática nas últimas disciplina, mas após haver um reforço tanto nos encontros presenciais quanto ao longo dos foruns.
Até o momento, poucos foram os atritos pessoais no relacionamento com os alunos. A cada disciplina, venho aprendendo mais, percebendo que há limitações que estão distantes de serem resolvidas a curto prazo, principalmente porque lidamos com disciplinas que exigem bastante o aspecto cultural e estético, não é tão simplório!!! Além disso, muitas máscaras são desveladas, sobretudo no que diz respeito à função do tutor, que exerce sim a função de professor, de quem está à frente diante do barco, juntamente, claro, com o professor que organiza a disciplina.
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