quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ação didática dos tutores


Os elementos da ação didática são: o tutor, os alunos, a disciplina (matéria ou conteúdo), o contexto da aprendizagem e as estratégias metodológicas. Acredito que para um bom planejamento de uma disciplina, todos esses elementos devem estar interligados. Creio que as atitudes do tutor são fundamentais em todo o processo. Por isso, comento algumas atitudes para o tutor e também algumas estratégias.

a) Atitudes do professor: deve ser dedicado, conhecer o seu trabalho como profissional, ser empático, criativo (levar novidades para a turma), saber incentivar o aluno, saber se impor sem ser autoritário, ser receptivo (aprender e ensinar) e respeitar o próximo, independente de hierarquia.

b) Os alunos: o papel do aluno é de importância relevante na construção de sua autonomia, pois deve mostrar-se corresponsável pela construção de resultados em todos os momentos de seu percurso.

c) A disciplina: Os grandes desafios que se impõem à prática docente relacionam-se às possibilidades de articular as duas ações didáticas – ensinar e aprender. Nem sempre quem domina conhecimentos para sua atuação profissional sabe transpô-los pra uma situação de aprendizagem.

d) O contexto de aprendizagem: Na EAD, o aluno se instrui a partir do material de estudo que lhe é apresentado, sendo supervisionado por um tutor. Esse deve estar atento às dificuldades e ser capaz de vencer as distâncias.

e) Estratégias metodológicas: Pesquisar muito e estar sempre bem informado e atualizado sobre a sua profissão e o contexto social que o rodeia. Nunca entrar em sala sem preparar a aula a ser dada. Utilizar recursos audiovisuais nas aulas.



Cabe destacar algumas ações didáticas que devem se desenvolvidas e planejadas ao ministrar uma disciplina.



§     É importante que o tutor faça a apresentação da disciplina explicando sobre: agenda, atividades virtuais e presenciais, aulas, bibliografia, indicação de leitura.

§     Orientar os alunos nas atividades do curso (portfólios, fórum, chat);

§     No fórum, o tutor deve dialogar com os alunos, respondendo perguntas, propondo perguntas e reflexões, levando-os a refletirem sobre os temas e ajudando-os a encontrarem as respostas que precisam;

§     É importante enviar mensagens para orientar e lembrar as atividades;

§     No chat, é importante que se discuta o tema proposto. Levantando questionamentos e reflexões.

§     Apresentar feed-back constante.

Lavinia


Quem é você?


Oi, turma,

Sou Lavínia Rodrigues de Jesus. Sou Graduada em Letras com ênfase em Tradução/Inglês – UNIFACS, Mestra em Letras – UFBA e Doutoranda em Linguística - UFC. Comecei a atuar na EAD, em 2010, na disciplina Semiótica Discursiva, no polo de Barbalha. Desde então atuo na EAD em diversas disciplinas da área de Linguística e Língua Portuguesa.

A tutoria nos cursos semipresenciais possibilitou que eu conciliasse os meus estudos com a atividade docente.

"O meu curso é sério"

Ontem uma aluna fez uma comentário que achei interessante compartilhar, pois envolve diretamente o nosso trabalho como tutor. Estavamos conversando, eu e mais duas alunas sobre a disciplina, sobre as dificuldades que tiveram e,  como elas acreditavam que eu não dormia e nem tinha namorado ( rsrsr ), quando uma dela - para  provar essa tese - disse que imprimiu as correções das atividades e levou para o trabalho para mostrar o quanto o curso dela era sério. Esse comentário me fez refletir em duas coisas, já discutidas no forum, mas que retomo: (1) a desconfiança em relação aos cursos a distância, que se baseiam em preconceitos e (2) como um trabalho sério do tutor pode contribuir para combater essas ideias errôneas.  


Ações do tutor

Tutor a distância

Prezados amigos:

O acompanhamento do estudante na EaD envolve diversos profissionais. Dentre eles, temos: o especialista responsável pela disciplina, o supervisor de tutores e os tutores. Neste texto, vamos nos ater a estes últimos.

O papel desempenhado pelos tutores é central na EaD. É principalmente com esses profissionais que o aluno interage continuamente. De forma personalizada, o tutor procura aclarar as dúvidas e angústias dos estudantes.

Segundo o Projeto Político-Pedagógico do Curso de Letras Semipresencial da UFC, cabe ao tutor:

. atuar como mediador;

. conhecer seus alunos em outras dimensões além da acadêmica (pessoal, social, familiar, escolar etc);

. oferecer possibilidades de diálogo, saber ouvir, ser empático e manter uma atitude de cooperação;

. demonstrar competência individual e de equipe para analisar realidades, formular planos de ação coerentes com os resultados de análises e de avaliação;

. identificar suas capacidades e limitações para atuar de forma realista;

. manter uma atitude reflexiva e crítica sobre teoria e prática educativa;

. utilizar com habilidade e competência estratégias pedagógicas e técnicas diversificadas visando melhorar a aprendizagem;

. preparar os tutores presenciais para exercerem suas atividades junto aos alunos;

. assessorar os tutores presenciais no que diz respeito ao estudo e discussão dos conteúdos abordados nos materiais didáticos do Curso;

. reforçar os materiais de estudo, interpretando-os, questionando-os e suprindo suas deficiências, sugerindo complementação de lacunas nos conteúdos e a ampliação destes;

. discutir com os tutores locais os objetivos do Curso e dos módulos ou disciplinas, os conteúdos, as metodologias de estudo dos módulos e a regulação da seqüência, ritmo e intensidade de aprendizagem;

. participar da avaliação curricular permanente do curso;

. propor, em consonância com o professor especialista, as atividades de avaliação da aprendizagem, bem como os critérios de correção;

. coordenar a aplicação das avaliações presenciais;

. corrigir as avaliações presenciais;

. participar da preparação e veiculação dos fóruns e das videoconferências.

Como podemos ver, as responsabilidades do tutor são muitas e relevantes. Seu ofício deve ser norteado pela busca colaborativa, lúdica e crítica de um conhecimento vivo, relacionado à satisfação de aspirações pessoais, mas também intimamente ligado ao estabelecimento de uma realidade social mais justa e humana.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

EAD: paixão que se tornou amor!

Olá Keyla e colegas!

Chamo-me Lúcia Aguiar, sou graduada em Letras, pela UFC e Tecnologia em Hotelaria, pelo IFET e estou cursando Especialização em EAD, pelo SENAC. Atualmente sou Orientadora de Estágio do Curso Técnico de Guia de Turismo e Professora de Português da Rede Estadual.

Meu ingresso na EAD, especificamente na atuação como tutora, aconteceu em 2009, quando fui convidada pelo Profº Aires para minha primeira disciplina (Informática Educativa), no Pólo de Camocim. A experiência foi insequecível, pois era o período de inverno e muitos rios transbosdavam, impossibilitando a passagem dos alunos que residiam nos distritos para a cidade de Camocim. Daí, os mesmo só poderiam ter acesso à cidade se atravessassem os rios nadando, e era o que faziam e quando chegavam ao Pólo trocavam de roupa. Era quase inacreditável a força de vontade que aqueles alunos possuiam, muitos moravam bem distante e enfrentavam outras condições adversas para chegarem às aulas a tempo, mas ainda assim se esforçavam e chegavam. E durante a disciplina minha turma teve um ótimo desempenho e se fiz presente em peso no dia da avaliação. Então, essa vivência fez com que me apaixonasse pela EAD, uma paixão que se transformou em amor, pois não quero mais deixar de atuar nessa modalidade.
E a cada turma que inicio, sinto uma enorme satisfação: em poder contribuir para a formação deles, em mostar-lhes que frente ao preconceito ainda tão vivenciado em nossa sociedade no que se refere a tal modalidade, há os que acreditam e defendem sua continuidade e sucesso, bem como pela construção de saberes adquiridos em cada conteúdo, em cada debate e em cada trabalho realizado pelos alunos.

Ingressei na Especialização em EAD com o intuito de me aprofundar na área e percebo que esse aprofundamento não cessará, tendo em vista que, como docente, estou inserida em um processo contínuo de aprendizagem, onde o aprender e o apreender fazer parte da relação permanente entre a teoria e a prática.

Desejo participar em nosso Curso de uma troca de vivências e saberes que certamente serão benéficos para minha atuação enquanto tutora, mediadora e instigadora da aprendizagem de meus alunos.

Forte abraço a todos!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Compartilhando ideias

Eu sou Fábio Fernandes Torres, tenho formação em Letras Português e Mestrado em Linguística pela Universidade Federal do Ceará e atualmente sou aluno do Doutorado em Linguística pela mesma Universidade, sob orientação da professora doutora Márluce Coan.

Atuo na modalidade de educação a distância promovida pelo Instituto UFC Vitual desde 2008, quando fui convidado para atuar como tutor na disciplina Sociolinguística. Antes disso, ministrei a aula de revisão em uma determinada disciplina, porque o tutor não pode comparecer ao segundo encontro presencial. A partir daí, fui convidado para ser tutor em diversas disciplinas do curso de Letras Português, cumprindo uma carga horária de seis disciplinas por ano, em média.

A tutoria nos cursos semipresenciais se apresentou para mim como uma oportunidade de trabalhar no ensino superior e conhecer as bases da educação a distância promovida pela universidade em que me formei. Além dessa expectativa, alimentei outras a que procurei cumprir a contento: conhecer cada cidade do Ceará em que havia pólos da EaD. A primeira cidade, por exemplo, foi Ubajara e sempre que possível, tentava ser lotado em uma cidade diferente, o que me permitiu conhecer a estrutura de quase todos os pólos e planejar adequadamente as atividades que teria de desenvolver, baseados nas situações anteriormente vividas. Portanto, considero os pontos a seguir importantes para que as atividades não sejam prejudicadas:

  1. 1) Antes de iniciar a disciplina, é importante entrar em contato com o tutor presencial, informar-se sobre as condições dos pólos, anotar endereços, telefones, e-mails, pedir sugestões de hospedagem, alimentação e deslocamento;
  2. 2) Logo que a disciplina fique disponível no solar, é necessário mandar uma mensagem de boas vindas, enfatizar a data do primeiro encontro presencial e informar se alguma atividade iniciar-se antes do primeiro contato: o primeiro fórum por exemplo;
  3. 3) No primeiro encontro presencial, é essencial explicar quais atividades serão desenvolvidas, o prazo disponível para cada uma delas e as conseqüências de se perder uma ou outra atividade;
  4. 4) Durante a disciplina, é importante enfatizar os prazos, convidá-los a participar dos fóruns ou informá-los que o tutor fez novos comentários, questionamentos, etc via mensagens, isso ajuda evitar o atraso na entrega das atividades pelos alunos desligados;
  5. 5) No caso das disciplinas em que há atividade de chat, é mais viável combinar os dias e horários em se vai realizar essa atividade no primeiro encontro presencial, e dividir a turma, caso seja numerosa, para o trabalho seja cumprido a contento;
  6. 6) Concluída a disciplina, é importante informar as notas de cada atividade bem como os resultados finais.

Evidentemente que essas estratégias não contêm uma fórmula para o sucesso da disciplina, visto que o tutor dever se familiarizar com os conteúdos programáticos e os assuntos abordados. Embora a ideia subjacente de que na educação a distância o conhecimento é construído por tutor e alunos, juntos, o tutor-professor só pode assumir o papel de facilitador (palavra que se tornou comum na pedagogia moderna) se ele detiver o conhecimento daquilo que quer partilhar e isso não é desculpa para despreparo sob a égide de um tutor-aprendiz. Convém que o tutor não se confie no improviso ou na ideia de que a modalidade de educação a distância requer apenas “jogo de cintura” e habilidade para lidar com os improvisos. É uma modalidade de educação que deve se pautar pelo princípio da comparabilidade com os cursos presenciais, se alcançarmos isso, talvez o adjetivo semipresencial não cause estranheza a ninguém e falemos apenas de educação.

Um pouquinho sobre mim

Olá, colegas!
Sou Ana Paula Trindade, formada em Letras pela UFC, mestra em Linguística também pela UFC e, atualmente, aluna do Curso de Doutorado em Linguística - UFC.
Conheci a EaD por meio de minha orientadora, Dra. Márcia Nogueira, que me convidou para ser tutora de sua disciplina "Língua Portuguesa - Frase", em 2008. Desde então, atuo na EaD em diversas disciplinas.
Apesar de já ter uma certa experiência, a cada nova turma, sinto o mesmo friozinho na barriga da primeira experiência! rs
Creio que o trabalho do tutor não começa na primeira aula presencial, mas desde quando ele é convidado para uma disciplina. Ações como as que seguem, dentre outras, a meu ver, torna eficiente o trabalho do tutor:
• participar das reuniões de planejamento;
• ler o material que servirá de conteúdo para a turma, assim como ler o material de apoio que o professor-conteudista disponibilizar;
• planejar as aulas presenciais;
• procurar textos diversos que ajudem os alunos a entender melhor os conteúdos abordados;
• dar toda assistência virtual aos alunos;
• ser o mais presnte possível no Solar, respondendo mensagens prontamente, incentivando a participação dos alunos nos fóruns e chats, tirando dúvidas, etc.
Creio que essas, entre outras ações, geram um bom trabalho como tutor de ensino a distância. Preocupar-se com aquilo que você vai passar para os alunos já é um passo importante e mostra seu comprometimento com essa modalidade de ensino.

Abs,
Ana Paula

o tutor e o carpinteiro: ações





Sou Marilde Alves ( prazer em conhecê-los) . Fiz a graduação (Letras-Italiano)  e pós-graduação (mestrado em Literatura) pela UFC. Ministro aulas pela UFC Virtual desde 2008, como informado em postagem anterior.

Quando sei que vou estar a frente de uma disciplina procuro rever o conteúdo. E se já ministrei o mesmo procuro analisar o que poderia ser melhorado. Após esse primeiro passo, começo organizar a apresentação, normalmente por meio de slides. Também procuro organizar uma atividade de fixação do conteúdo.

Quando o ambiente solar ‘abre’ para as aulas, envio uma mensagem de boas vindas a turma. Também envio uma mensagem ao tutor presencial reforçando o pedido de material que irei utilizar no primeiro encontro (é sempre bom!).

No encontro, procuro chegar antes da aula par ame apresentar ao coordenar (caso não o conheça) ou saudar (caso já tenha ido ao pólo) e, o mesmo para o tutor presencial. Procuro saber qual sala foi destinada a disciplina e organizar o aparato tecnológico, para, evidentemente, evitar perda de tempo e surpresas (às vezes não dá certo, o que fazer!?)

Inicio o encontro com a apresentação tanto minha quanto dos alunos para nos conhecemos, depois apresento a disciplina (carga horária, atividades, prazos e avaliação). Depois inicio a apresentação dos conteúdos, sempre tentando envolver o aluno na discussão. Durante o acompanhamento online, procuro enviar mensagens aos alunos lembrando-os dos prazos, das atividades, do fórum, muitas vezes do que foi combinado no primeiro encontro. Quanto ao fórum, quando possível, o acesso diariamente. Acredito que isso faz o aluno me sentir mais próxima.

Essas ações não estão muito distantes (acredito) do que se prega no curso de formação inicial de tutores:  

(1) De preferência deve participar do planejamento da disciplina

(2) O tutor tem a função de mediar a interface com o aluno, acompanhando-o nas atividades a distancia

(3) Nos encontro presencias deve deslocar-se ao pólo

(4) Executa as metodologias de avaliação

(5) Aplica e corrige as provas


Das cinco funções apenas a primeira é problemática, pois, na prática, nem sempre participamos do planejamento da disciplina, que nos chega já organizada. Porém, como teremos o contato mais direto com o aluno, acredito que deveríamos participar dele. Além desse trabalho em equipe, o tutor deve desenvolver a capacidade comunicativa  e constante a constate atualização de seus conhecimentos. Sobre a habilidade de comunicação o referido curso diz


Um dos desafios da ação tutorial é a forma como é feito o contato aluno-tutor. Na maioria das vezes, a comunicação se dá através da tecnologia (aulas a distância, mensagens, chat etc.). Assim, para saber se o estudante está acompanhando o curso satisfatoriamente, o tutor precisará ter iniciativa para comunicar-se com ele usando os recursos à sua disposição. Neste caso, é preciso ter sensibilidade para entender os diferentes estilos de aprendizagem que emergem em um curso a distância. Alguns estudantes tomam a iniciativa de contatar o tutor e os outros colegas; outros aguardam o incentivo de alguém para se manifestarem. Mas há ainda aqueles que se isolam completamente das discussões, tornando-se facilmente desmotivados. Sabe-se, porém, que a ação tutorial, na maioria das vezes, pode reverter situações de desistência ou abandono do curso. 

Essa comunicação às vezes é difícil, pois, como fala o texto, se alguns alunos procuram o tutor, outros (em alguns casos, a maioria) fazem apenas o necessário: enviam os portfólios e acessam o fórum (no último dia e hora). E, sabemos que essa comunicação serve para mediar os conteúdos, colaborando com os alunos em sua aprendizagem de modo critico, fugindo do velho sistema das ‘respostas prontas’, de maneira a incentivar o aluno a se posicionar - de forma critica - nos fóruns, nos portfólios, nos encontros presencias, para em conjunto crescer tanto o tutor quanto o aluno. Acredito que de todas as funções que o tutor exerce as que mais atingem ao aluno, positiva ou negativamente, são: mediar aprendizagem e motivar.

O que nos leva ao vídeo ‘o carpinteiro’. Nele, o homem, há cansado e desejoso de sua aposentadoria, não se preocupa com a ‘qualidade’ de seu trabalho e, sem o saber, constrói uma casa simples - na verdade feia - que se tornaria sua. O mesmo ocorre conosco, mesmo cansados, às vezes desmotivados com a lentidão das mudanças não podemos ‘construir’ uma casa feia e simples, apenas porque não vamos morar nela. Ela é  resultado do nosso esforço. Mesmo que tenhamos sido ‘bons carpinteiros’ durante um dia ou um ano ou uma vida. Se vamos ‘construir’ novamente, nem que seja pela ultima vez, devemos fazer com entusiasmo, dedicação, pois ‘alguém’ irá habitar essa casa.   

domingo, 25 de setembro de 2011

Apresentação e o olhar



Olhar tem a vantagem de ser móvel, o que não é o caso, por exemplo, de ponto de vista. O olhar é ora abrangente, ora incisivo. O olhar é ora cognitivo e, no limite, definidor, ora é emotivo e passional. O olho que perscruta e quer saber objetivamente das coisas pode ser também o olho que ri ou chora, ama ou detesta, admira ou despreza. Quem diz olhar diz, implicitamente, tanto inteligência quanto sentimento”
Alfredo Bosi (2000, p.10)

...
 O olhar... Vou falar do meu olhar então, do meu olhar inicial, aquele que se encontrava tímido, mas sabia que não poderia vacilar, até podia, mas não queria.
O olhar de quem sonhou ser professora desde pequetita porque achava lindo demais ensinar coisas novas para pessoas que ainda não conheciam as novas coisas, e depois essas mesmas coisas ficariam velhas, ou não, dependendo do olhar.

Esse mesmo olhar que vislumbrou seu primeiro dia em uma sala de aula, mas que foi se movimentando a partir de cada experiência vivida, olhar que inicialmente fora singular, até descobrir que todo olhar poderia ser plural...

Aquele olhar ali estava, entrando pela primeira vez para tutoriar, estava inseguro, claro que estava, como não poderia estar, seria sua primeira vez ali em meio a um novo mundo desconhecido, mas pronto a ser desbravado. E o que deslumbrou esse olhar não foi a parte física do pólo, foram os corações que com ele se depararam. Corações que têm olhares.  Foram as trocas de olhares. Tutor e alunos, quem estava mais excitado com a primeira aula, com mais expectativa? A verdade é que temos grande chance de nunca descobrirmos isso.

Quem espera o que e de quem naquele momento? Como espera? Como recebe?
Então era minha primeira aula como tutora. A disciplina? Teoria da Literatura. Turma inicial, jovens repletos de sonhos e desejos, assim como eu, a tutora.
Nada de quebrar os sonhos daqueles alunos, uma voz me dizia, enquanto a outra dizia que alguns seriam quebrados, até desmembrados, porque a disciplina e a tutora teriam suas exigências, bem como toda responsabilidade ao nos destinarmos a fazermos algo. Ali, eu sabia, seria o início do sonho, mas também da realidade, da difícil realidade de lidar com múltiplas coisas e acontecimentos. A realidade de lidar com uma nova modalidade de ensino, de saber que tanto aqueles alunos como nós também viemos de uma educação quase restrita, de muitas lacunas, de um ensino que não prima pela  qualidade de forma geral e que não alcança todos os lugares do planeta, mas vai dançando conforme a música, digo, os governantes.
 A dura realidade de compreender que são alunos que muitas vezes não têm condições financeiras mínimas, ou tempo o suficiente para se dedicarem como deviam aos seus estudos, ou mesmo aqueles que acreditam que um curso a distância é para quem não tem tempo.

A primeira quebra do sonho: este curso é para quem tem tempo, diz a tutora. Tempo e muita força de vontade, pois como todos nós, estamos dentro de uma sociedade atualmente SEM TEMPO. Qual a fórmula para contorná-lo? Vou decepcioná-los, não a tenho, só sei que a gente vai roubando um tempinho de onde não temos tempo dali, outro daqui, e o tempo vai se construindo assim como o pensamento, o olhar, o conhecimento...

As aulas foram acontecendo, a gente faz o plano de aula, planeja, mas tudo foge ao plano, e eu adoro isso, para as mudanças novos olhares, que pra mim significa não menos que NOVAS POSSIBILIDADES.
 E os olhares? Ah, os olhares...  Os olhares primeiro foram se estranhando, depois se conhecendo, depois se identificando, depois compartilhando, depois se afirmando e depois, depois, depois...
Alunos são como andorinhas que voam em bando buscando conhecimento. Eles acham que somos seus horizontes, até descobrirem que somos apenas suportes, ponte, mediadores do conhecimento, de preferência e sempre com a afetividade. Até descobrirem que isso tudo é só um ensaio, e que um dia vão voar sozinhos, já com seus olhares definidos, ou indefinidos, seguros ou não seguros, mas que vão também se construindo ao longo do conhecimento...

A turma seguiu bem, estreitamos até os laços. Lembro-me que um disse, professora eu não gosto de ler não, e eu perguntei, então porque escolheu esse curso, em especial? Foi quando ele respondeu que não escolheu, mas que se equivocou ao colocar o código do curso, ele queria física, química, algo assim das exatas.  Foi meu primeiro back, foi meu primeiro olhar de “e agora, o que dizer?”. Eu disse, se você veio para cá, é que seu destino já estava sendo traçado e você nem sabia.
 Mas isso era coisa pra se dizer? Não sei, só sei que disse. Mas o que eu sei mesmo é que eu me empenhei, ele se empenhou mais ainda, a turma foi tomando sua forma, seus traços, sua identidade, hoje, a notícia que tenho dessa turma de Aracoiaba (sempre peço notícias aos outros tutores) é de que é uma turma muito boa, e esse aluno, em especial, é um dos melhores da turma. E ele queria algo das exatas, menos Letras, vejam só!
E essa foi minha primeira experiência de tutoria. Imaginei tudo com um olhar, comecei com outro olhar, estou aqui com mais outro e pretendo multiplicá-los, como diz o cantor, gente, eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela VELHA opinião formada sobre tudo...  
O que quero é cruzar olhares entre Educação, Literatura e Arte.
Chamo-me Marcia, sou formada em Letras e mestranda em literatura comparada pela UFC, sou mulher, professora, tutora, mãe, amiga, aluna deste curso, dona de casa e quando não tenho tempo, escrevo e deliro com a poesia, e esse é o melhor tempo, o do não-tempo.

Oi colegas!

Olá colegas, meu nome é Alyni Ferreira Costa. Sou aluna do mestrado em Literatura e tutora, desde de 2009. Interessei-me pela atividade, primeiramente, pela comodidade de poder trabalhar sem ter que me deslocar de casa todos os dias, pois minha filha ainda tinha poucos meses.
Imaginei que a tutoria seria uma espécie de "quebra galho" nestes primeiros anos da Elissa (hoje ela tem três), já que eu e meu maridos evitávamos ao máximo deixá-la com babás ou em creches, porém o trabalho me cativou e não consigo mais me desligar e fazer outra coisa. Para mim, ser tutora me oferece a possibilidade de levar a literatura para lugares que antes não seria possível. É muito interessante observar o desenvolvimento de uma turma ou dos alunos. Observamos o empenho desses estudantes, que passam o dia inteiro trabalhando e/ou cuidando da casa e da família e à noite estão lá, atentos, presentes e interessados. São pessoas que merecem a nossa atenção minuciosa, tanto como professores, quanto como colegas de atividade.
A UFC Virtual se configura como uma oportunidade de levar o ensino superior para os alunos que não possuem chance de ingressar na nossa Universidade, seja pela distância, pelo trabalho, etc. Trata-se de uma possibilidade democrática de ensino, e por isso, louvável. Os problemas existem, mas não aparecerão neste relato, pois o objetivo é expressar a minha admiração pela atividade epor todos aqueles que a desempenham com seriedade e satisfação.

Uma boa semana a todos!!!

sábado, 24 de setembro de 2011

Quis sum?

Na Inglaterra, crianças e adolescentes aprendem latim nas escolas

Prezados amigos:

Meu nome é Fábio Damasceno. Sou licenciado em Letras (Português) e especialista em Investigação Literária, ambos pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Na extensão da UFC, cursei Português (Casa de Cultura Portuguesa), Inglês (Casa de Cultura Britânica), Espanhol (Casa de Cultura Hispânica) e Latim (Departamento de Letras Estrangeiras).

Profissionalmente, atuo como tutor de Língua Latina e Filologia Românica (UAB-UFC) desde 2008; como instrutor de Língua Portuguesa (SRH-UFC), leciono também desde 2008; e como revisor de textos acadêmicos, trabalho desde 1998. Sou servidor técnico-administrativo em educação da UFC desde 1994, atualmente lotado na Casa de Cultura Hispânica (CCH). Nesta, promovo, desde 2007, a Oficina de Latim 1 e a Oficina de Latim 2 no período de férias (janeiro e julho).

Minha primeira experiência como tutor, como disse acima, ocorreu em 2008. Nos primeiros encontros presenciais, senti-me extremamente motivado. Para os que se dedicam às línguas clássicas (latim e grego) qualquer chance que temos de compartilhar nossos conhecimentos é aproveitada ao máximo - e não são muitas, quando comparadas às existentes para professores de línguas modernas (português, inglês, espanhol).

No início de nossos trabalhos, apresentamo-nos, alunos e tutor, falando um pouco sobre nossa vida pessoal e profissional. Em seguida, procurei saber quais as expectativas dos alunos quanto à disciplina. Depois desse primeiro contato, expliquei um pouco como seria nosso curso: carga horária, ementa, conteúdo programático, prazos para entrega de trabalhos, esclarecimentos sobre número de faltas, presença nos fóruns, dentre outros assuntos.

Por meio do powerpoint, procurei sensibilizar os alunos quanto à relevância e atualidade dos estudos clássicos - e mais especificamente do latim. Discutimos inúmeras questões, dentre as quais: qual o conceito de língua morta?; qual a importância de se estudar latim no curso de Letras?; qual a influência do latim nos idiomas modernos?; por que países como Inglaterra e Alemanha, dentre outros, ainda promovem o estudo da língua latina, se seus idiomas vernáculos (inglês e alemão, respectivamente) não são oriundos diretamente do latim? qual a relação das disciplinas de Latim I, Latim II e Filologia Românica com as das áreas de Linguística e Literatura, dentre outros questionamentos. Finalizei esses primeiros momentos exibindo um documentário sobre o imperador Nero.

No transcorrer da disciplina, entretanto, pude perceber que o maior problema a ser enfrentado não estaria relacionado ao latim, mas ao português. Nosso método pressupõe o conhecimento da norma padrão da língua portuguesa. A maioria dos alunos não a domina. Isso se torna mais grave pelo fato de se estar num curso de Letras, com habilitação em português.

Muitos, então, passam a relacionar suas dificuldades quanto à norma culta do português ao idioma latino. Tal fato, acredito, explica um pouco a injusta fama que as disciplinas de Latim I, Latim II e Filologia Românica apresentam entre os alunos - matérias de difícil compreensão. Essa realidade fez com que alguns alunos abandonassem a disciplina antes de seu término. Vale destacar, ainda, que as sessões de chat foram consideradas ineficazes pelos estudantes. Eu concordei com eles. Apesar de termos dividido as turmas em grupos, o diálogo com os alunos foi comprometido pelas peculiaridades da disciplina. Quanto ao resultado final dessa disciplina, houve poucas reprovações. Poucos também foram aprovados com conceito A. A grande maioria obteve conceito B. Isso demonstra, claramente, as dificuldades enfrentadas pelos alunos.

Nas demais turmas que estiveram sob minha responsabilidade, procurei minimizar essa defasagem em língua portuguesa. Passei a disponibilizar alguns materiais didáticos no polo, com o tutor presencial, bem como por meio de indicação de páginas na internet e de cursos de extensão.

Por fim, saliento que, no transcorrer da disciplina, sempre procurava contextualizar as frases e textos a serem traduzidos. Essa contextualização se dava por meio de links (verbetes, reportagens, vídeos, imagens) sobre cultura romana (história, literatura, mitologia). Nessa área, também se percebem carências quanto ao conhecimento enciclopédico dos alunos. Dentro de nossos limites, tentamos, por meio do diálogo, fazer com que os alunos preenchessem essas lacunas em sua formação.

Alguém viveu alguma experiência semelhante a que vivi? Agradeço, antecipadamente, àqueles que queiram compartilhar comigo suas experiências. Certamente, elas me servirão para aperfeiçoar o trabalho que desenvolvo.

Um fraternal abraço a todos.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Um pouco sobre mim.

Olá a todos!
Chamo-me Adriana e sou tutora desde 2009, quando trabalhei pelo IFCE, como tutora de Língua Inglesa. Sou graduada em Letras, especialista em Investigação(Crítica) literária e mestre em Literatura Brasileira, tudo pela UFC. Adoro a função de tutora e gosto muito da aula presencial também, pois como professora há muitos anos, sinto-me bem em estar frente à frente com os alunos. Acho que a tutoria é uma função de muita responsabilidade, tanto quanto o ensino presencial, e sinto-me orgulhosa por participar dessa modalidade de ensino, principalmente pela UFC, que é uma instituição onde fiz todo o meu 3º grau e as minhas pós-graduações. Em outubro estarei iniciando uma tutoria na disciplina de Literatura Brasileira IV, no pólo da Meruoca, e espero fazer um bom trabalho para ser convocada muitas outras vezes!
Um grande abraço para todos e até breve!
Adriana Markan.

Quem sou eu??

Bons ventos aos participantes deste espaço/ferramenta!!

Meu nome é Terezinha Melo, graduada em Letras Português pela UFC, em 2005, e Metre em Literatura Brasileira pela mesma instituição, em 2009. Atualmente, sou pesquisadora do Arquivo do Escritor Cearense da UFC, desenvolvo pesquisa com fontes primárias, manuscritos, matéria extraída de periódicos, correspondências documentos que compõem o Acervo de Moreira Campos. Participo do grupo de pesquisa TRADICE, do grupo de estudo GETEME e Da Raiz a Flor. Faço parte do quadro de tutores semipresenciais do Instituto UFC Virtual, desde 2008, mediando conteúdo de disciplinas do curso de Letras Português: Literatura Brasileira, Literatura Portuguesa e as da área de Linguística.

Nos encontros presenciais, costumo organizar um PowerPoint com o conteúdo da disciplina e tento conhecer um pouco o viver de meus alunos, objetivando estreitar laços para uma troca de conhecimento, pois, segundo Paulo Feire, “a educação autêntica não se faz de ‘A’ para ‘B’ ou de ‘A’ sobre ‘B’, mas de ‘A’ com ‘B’, mediatizadas pelo mundo”, já que discentes e docentes “se aprendem juntos”, somente o diálogo, que implica num pensar crítico, é capaz, também, de gerá-lo” (cf.: Freire Apud MOTTA-ROTH, 2007)

Em relação ao nosso trabalho de tutoria, a meu ver, ainda é visto de forma diferenciada, diria até preconceituosa, talvez por não termos uma estabilidade, uma legalidade institucional e/ou por sermos considerados quebra-galho, não sei direito, mas gostaria de saber o ponto de vista dos colegas tutores a esse respeito, que tal a gente debater sobre isso?

Para finalizar, quero, mais uma vez, dar boas-vindas aos colegas, desejo um ótimo curso para cada um de nós!!

Abçs,

Terezinha Melo

Texto sobre o blog!

Olá, tutores (as)!

Segue um link com um texto explicativo referente ao blog.

http://issuu.com/sofiacavaco/docs/como_criar_um_blog_2_/1

Abraço,

Ana Keyla.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Sugestão de leitura

Olá, tutores (as)!

Segue uma sugestão de leitura:

http://issuu.com/menta/docs/tutor_ead

Abraços,
Ana Keyla.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

minha primeira tutoria

Olá, 
meu nome é Marilde Alves e desde agosto de 2008 trabalho com EaD.  A minha primeira experiência em tutoria foi tranquila (graças a  Deus). Ministrei LALP no polo de Caucaia, uma turma pequena, mas não tive muitos problemas. Estava nervosa no primeiro encontro presencial - acredito que é natural - , mas como haviam duas turmas de LALP e eram pequenas juntamos as turmas e dividimos as falas (eu e a outra tutora). Já a minha segunda tutoria não foi tão tranquila, encontrei alunos resistentes e as ''famigeradas' copias pareciam ser uma 'lei' entre eles. Foi dificil fazê-los comprender o que era copia e o que não era, por ser uma disciplina de PDAA, alguns alunos acharam que seria 'facil' , ledo engano. O resultado foi que muita gente foi para a AF ( com ódio de mim, é claro).Mas, isso é comum em nossa pràtica.